Blog Cervejeiro!

"Com o objetivo de informar, esclarecer, divulgar e compartilhar idéias, experiências, passeios e descobertas desse universo fascinante dos maltes fermentados e do mundo gatronômico."

19 janeiro, 2007

É o fim?

Schincariol compra a Baden Baden

Alvo de boatos de venda, a Schin entra no mercado de cervejas premium, que movimenta R$ 1,4 bilhão por ano

Patrícia Cançado

O fundador da microcervejaria Baden Baden, José Vasconcelos, o Vasco, sempre relutou em vender seu negócio. Ele achava que já tinha tudo o que precisava. No caso, uma bicicleta e um veleiro. Nos últimos meses, no entanto, episódios recorrentes de pressão alta fizeram Vasco mudar de idéia e atender Ademir Gouveia, um negociador que representa a Lehman Brothers no Brasil.

Ontem, cerca de 30 dias depois dessa primeira conversa, o empresário vendia a marca e a fábrica 'Baden Baden' para a Schincariol, o segundo maior grupo cervejeiro do País. “Nós já havíamos sido procurados por outros investidores, mas eu nunca cogitei vender. O problema é que meus outros três sócios saíram do negócio em 2006 e a cervejaria precisava de capital intensivo para continuar crescendo”, conta Vasco, que começou a fabricar cerveja há sete anos em Campos do Jordão, interior de São Paulo.
O valor da operação não foi divulgado, mas a Baden é um negócio pequeno, com produção quase artesanal. A empresa faturou R$ 5,5 milhões em 2006, segundo Vasco.
Na realidade, com a aquisição, a Schincariol está comprando um passaporte para entrar no promissor mercado de cervejas premium no Brasil, que custam pelo menos 15% a mais que a média das cervejas. Mais: a compra acontece num momento em que surgem rumores de que a Schincariol estaria sendo vendida. No mercado, há quem acredite que a companhia possa estar engordando seu portfólio para depois passar o negócio adiante.
Esse mercado movimenta R$ 1,4 bilhão por ano e representa 7,6% das vendas (em faturamento) de cerveja no Brasil. Essa é a categoria que mais cresce hoje - de 2001 para cá, a participação nas vendas totais da bebida mais que dobrou, segundo fabricantes. “O grupo vinha aumentando o valor agregado de suas cervejas desde o lançamento da Nova Schin. Agora, com a Baden, o patamar subiu bastante”, diz Adriano Schincariol, presidente da companhia. “A concorrência não tem cervejas do nível da Baden.” O preço da cerveja no mercado varia entre R$ 8 e R$ 16.
Essa é a primeira aquisição na história da Schincariol. E, segundo Adriano, será a primeira de uma série. “Estamos preparados para fazer mais. Com a ajuda da McKinsey, que está aqui desde janeiro de 2005, estamos formando uma equipe para trabalhar nisso”, afirma Adriano. “O grupo tem boa saúde financeira.”
A Schincariol vem perdendo participação nas vendas de cerveja desde o ano passado. Há um ano, ela tinha 12,7% do mercado. Em dezembro, esse porcentual havia caído para 11%, segundo dados da ACNielsen. Para Adriano, apesar da queda na participação, a empresa teve um bom ano.
A Schincariol deve fechar 2006 com faturamento de R$ 3,7 bilhões, 18% mais que no ano anterior. “O mercado ficou mais agressivo depois que Femsa comprou a Kaiser, mas nós não estamos olhando apenas o market share coletado pela Nielsen”, diz Adriano. “A gente não está só preocupado com o mercado de cervejas. Nós somos uma empresa de bebidas.”
O grupo tem demonstrado ao mercado ter poder de fogo para brigar com a AmBev e a Femsa. Recentemente, anunciou investimentos de R$ 135 milhões na construção de uma nova fábrica de cervejas na cidade de Horizonte, no Ceará, prevista para ser inaugurada este ano. A empresa também planeja construir uma pequena fábrica para produção de Baden Baden em Campos de Jordão. “Eles podem aumentar em até dez vezes a produção sem comprometer a qualidade da cerveja”, diz Vasco. “Se vão fazer mais que isso, só o tempo dirá.”

COLABOROU MARILI RIBEIRO

http://www.estadao.com.br/

Sera o fim da 'Baden Baden'?
Como muitos apreciadores de cerveja fiquei triste ao saber que uma cervejaria com a qualidade quer tem a 'Baden Baden' tenha se rendido às grandes. Pior ainda é imaginar o que pode acontecer com as cervejas feitas por eles, na mão desse novo proprietário, conhecido por suas péssimas cervejas. Como apreciador da ótima cerveja vou preparar meu estoque de 'Baden Baden' (claro que com as cervejas que agüentam longo período de estocagem, casos da 'Red Ale', 'Double Bock', 'Stout').

O jeito é aguardar, esperar e se peguntar se esse será o fim da 'Baden Baden'?

Ein Prosit!

14 janeiro, 2007

Centro, Parte I

Tradição acima de tudo. E eles pretendem continuar assim por muitos e muitos anos. Inaugurado em 1940, quando o lugar onde se encontra era simplesmente a região mais badalada e valorizada da cidade, por estar próximo às estações de trem da cidade (Luz e Julio Prestes), e da rodoviária, que na época funcionava em frente à estação Julio Prestes. Era comum encontrar nessa época os clientes indo ao bar vestidos com elegância, e, se possível, com a melhor roupa.

O 'Bar Léo' até hoje se mantém no topo da preferência paulistana quando o assunto é chopp. O boteco cravado em plena Rua Aurora, no Centrão, é uma unanimidade. Tem instalações simples, horário rígido, vive lotado e mesmo assim, atrai multidões. Chega a ter, em dias de maior movimento (sempre nos finais de semana), muita gente em pé na calçada, esperando pela oportunidade de tomar o chopp mais concorrido de São Paulo.
O nome do lugar vem de um dos antigos proprietários, o 'seu' Leopoldo, que começou a servir refeições no local com a ajuda da esposa. Em 1964 um dos clientes do bar, o Sr. Hermes Rosa, proprietário de uma mercearia nas redondezas, comprou o local, e implantou três novidades: Oficializou o nome Bar Léo; O almoço passou a ser servido de segunda a sexta com cardápio pré-estabelecido, uma novidade na época, e tornou o Chopp Brahma servido na casa o melhor da cidade. Em 2003 o Sr. Hermes Rosa Faleceu, e desde então a casa é gerenciada pelo Sr. Waldemar Pinto, e pela dona Célia, viúva do Sr. Hermes.

O cardápio do almoço é bem tradicional, com alguns pratos alemães, os petiscos são bem interessantes, como os canapés no pão preto, sanduíches e, uma das principais atrações da casa, os famosos bolinhos de bacalhau que chegam a ser praticamente disputados pela clientela.

O Chopp do Bar Léo é um capítulo à parte. Seguindo o lema Alemão 'Bier Über Alles' que quer dizer 'Cerveja Acima de Tudo', recebe tratamento nobre na casa. Chega em barris diariamente, que são acondicionados em locais refrigerados, entre 2 e 7 graus centígrados, para manter as características da bebida. Ele sai das biqueiras (que só para quando o barril se esgota) de uma chopeira alemã antiga, vinda de Munique (igual à encontrada no 'Elídio Bar') das mãos de Fernando (o 'rei do Colarinho'), o profissional que repete essa operação há 15 anos, nas tardes de sábado chegam a ser vendidos 150 litros de chopp por hora, o que demonstra o reconhecimento do público. É apontado como o melhor da cidade por diversas publicações e colunas de jornais, revistas e bebedores de plantão.
E qual o melhor jeito de concordar ou discordar da avaliação do chopp? Indo lá e conferindo pessoalmente oras!

Serviço:
'Bar Léo'
End: Rua Aurora, 100. (Próximo ao Metrô Luz).
Tel: (11) 221-0247.
De Seg a Sex das 11h às 20h.
Aos Sábados das 11h às 16h.
Fechado aos domingos e feriados.

Ein Prosit!

13 janeiro, 2007

Elídio Bar

Um dos principais assuntos das conversas das mesas de bares pelo Brasil afora sem duvida é o futebol, e no 'Elídio Bar' isso não foge a regra. Muito pelo contrario, o local respira futebol.

Localizado em um dos bairros mais famosos de SP, a Mooca, entre a Avenida Paes de Barros e a Rua do Oratório, o bar deixa bem claro que o dono é um apaixonado por futebol. O lugar era freqüentado, nos seus primórdios, pelos boleiros dos saudosos times de várzea, que existiam em São Paulo (alguns ainda existem, claro sem a mesmo romantismo de outros tempos) e por falar em boleiros, ao entrar no bar vemos o quão fanático e conhecedor do esporte das multidões 'seu' Elídio (São-paulino doente) é. Fundado em 1973 o local até parece um museu, expondo nas paredes: retratos autografados, páginas de jornal, camisas, bolas, chuteiras e relíquias como camisas autografadas pelo ‘Rei Pelé’. Sem contar que 'seu' Elidio serviu como fonte de informações ao cineasta Ugo Giorgetti para filmar o longa 'Boleiros' e claro utilizou o bar como locação.
Local muito mais que agradável, não só para os amantes do esporte bretão, mas sim para aqueles que buscam uma boa alternativa para passar o tempo tomando um chopp e jogando conversa fora. Local pequeno, mas que reuni em um só lugar e com muita personalidade, boa comida, boa bebida, e um ambiente único em São Paulo.

Quanto ao cardápio, a grande atração da casa é o balcão de petiscos, que reúne por volta de 130 variedades, que vão dês de pastéis e petiscos tradicionais de botecos a uma concorrida feijoada, as quartas e sábados. O diferencial na hora de pedir o seu petisco é que ao invés de chamar o garçom, você vai até o balcão e se serve com o que quiser e paga por peso, ou pode pedir os petiscos a la carte, nesse se destaca a croquinha: trata-se de uma sardinha aberta, sem cabeça, empanada na farinha de mandioca fina e frita em óleo bem quente. Nos bebes o carro chefe da casa fica mesmo por conta do tradicional chopp, tirado de uma choppeira importada de Munique, na Alemanha, que tem uma serpentina de 180 metros (identica a encontrada no 'Bard do Léo), que garante que o chopp saia na temperatura certa. O bar é sensacional! Aliás, sem sombra de dúvidas um dos melhores da cidade.

E para quem não sabe tem 'Elidio Bar' no Mercado Central da Rua da Cantareira em São Paulo, no mezanino, não com o mesmo charme encontrado no bar da Mooca, mas vale a pena conhecer também.

Serviço:
'Elidio Bar'.
End: Rua Isabel Dias, 57 - Mooca.
Tel: (11) 6966-5805 e (11) 6121-3097
De Seg a Sex das 16h30 até último cliente.
Aos Sábados a partir das 10h.
Aos Domingos das 11h às 18h.

Ein Prosit!

10 janeiro, 2007

2007

Fala pessoal!!

Apos um inicio de Blog um tanto quanto irregular, veremos se esse ano a coisa engrena de vez. Tentarei publicar com mais freqüência e espero um pouco de ajuda do parceiro Raoni, que ate agora se omitiu nesse Blog. Para o primeiro 'Post' do ano vou comentar sobre duas marcas (ambas Gaúchas) que chegaram recentemente ao mercado Paulista.


A primeira vem de Porto Alegre, é a cervejaria "Dado Bier", que para comemorar os 10 anos da marca inaugurou uma nova fábrica em Porto Alegre e lançou uma linha de cervejas extra, de uma maneira geral, são muito boas. São quatro cervejas que integram a nova família da "Dado Bier" e vale destacar que todas seguem a lei de pureza editada na Baviera em 1516 a famosa 'Reinheitsgebot', são elas:

"Dado Bier Original"
"Royal Black"

"Dado Bier Red Ale"
"Dado Bier Weiss"

São também uma prova de que Eduardo Bier (proprietário da cervejaria) resolveu mudar o rumo do negócio e voltar a ter uma marca de "luxo". Em 2001, a Dado Bier, até então vendida apenas na própria cervejaria, lançou uma versão em long neck produzida pela Ambev. Começou bem, mas depois que passou a ser vendida em latas em 2003 às vendas caíram (dizem que pela queda na qualidade do produto, mas qual produto da Ambev não caiu à qualidade de alguns anos pra cá), e em breve será tirada do mercado.

Então Vamos as impressões de cada uma:
A "Dado Bier Original" é uma pilsen acima da média para essa categoria de cerveja. É bem leve e refrescante como uma pilsen deve ser. De coloração dourada e de médio teor alcoólico (4,8% ABV). A "Dado Bier Original" possui corpo suave, aroma marcante de lúpulo e cereais, espuma intensa e de queda lenta. Na boca a cerveja se destaca pelo amargor equilibrado, como uma boa pilsen deve ser.

Já com a "Dado Bier Red Ale" começamos a falar de cerveja seriamente. Essa, sim, tem um sabor marcante, típico dos ales ingleses. É bastante forte. Ao se derramar no copo, já dá para sentir seu aroma frutado. De cor castanho-avermelhado essa 'Ale' de espuma intensa e persistente possui 5,3%ABV de teor alcoólico. Gosto marcante de malte tostado e lúpulo, seguido de um amargor pronunciado.

A "Royal Black" também é muito boa. Trata-se de uma 'Bock' de coloração escura, bem encorpada e de espuma densa e persistente. Toda a doçura vem do malte, não há nenhum traço algum de caramelo que empesteia as 'Bocks' de quinta categoria, ao mesmo tempo, o sabor amargo de lúpulo é acentuado e o teor alcoólico elevado (5,5%ABV) contribui para dar força à bebida.

A versão 'Weiss' segue a risca a o jeito das Alemãs do estilo. Trata-se de uma cerveja cujo cereal principal é o trigo ao contrário da cevada (até ai nenhuma novidade). Possui coloração dourada e turva por não ser filtrada. Seu sabor é marcante, fresco e frutado (lembrando cravo e banana). Espuma densa porem de queda rápida. Seu paladar também é bem frutado com passagens pela banana e lembrando às vezes pão. Ótima pedida para refrescar nos dias mais quentes.

A outra novidade vem de Capela de Santana no RS, trata-se da cervejaria 'Barley'. A cerveja 'Barley' teve sua 1ª fabricação como hobby em meados 1992, feita artesanalmente, a partir daí foi produzida esporadicamente para consumo próprio sem comercialização. Em 2002, foi fundada a 'Micro Cervejaria Barley Ltda'. A partir de então, começou a comercialização. A idéia surgiu na década de 70, pois seus proprietários desejavam fazer uma cerveja pura, como há na Alemanha, seguindo a Lei de pureza de 1516.

Agora decidiram engarrafar sua 'Pilsen' e expandir seu mercado. Comprei pelo site "Costi bebidas" que distribui para todo o Brasil, mas se pode achar ela no site "Cervejasnet" com um pequeno diferencia no valor do frete.

A cerveja 'Barley' é uma ótima 'Pilsen' puro malte. De aparência dourada brilhante ela possui ótima formação e duração de espuma. Aroma marcante de malte e um leve frutado. Na boca mostra que é a legitima 'Pilsen', bem leve, ligeiramente amarga. Nada de muito novo, mas uma cerveja de qualidade superior às vendidas nos bares de SP e do resto do país.

Ein Prosit!

*Foto cerveja 'Barley' retirada do site 'Edu Passarelli Recomenda'.